PALMASAQUI - Os servidores públicos do Tocantins participarão na próxima quinta-feira (27), em Palmas, do lançamento da "Campanha do Impeachment do Governador Marcelo Miranda". No Facebook foi lançada uma
página e o evento está marcado para começar às 9h, no auditório do Hotel 10. A categoria decidiu radicalizar contra o peemedebista após o governo descartar qualquer possibilidade de mudar as propostas feitas para o pagamento da database alegando crise financeira.
A categoria não concorda com a proposta feita pelo governo. A proposta do executivo é implementar 2% da data-base de 2016 em janeiro de 2017, com custo mensal de R$ 4.,6 milhões; e anual de R$ 62,5 milhões, 2% em maio de 2017, acrescentando ao custo mensal R$ 4,7 milhões e R$ 44,6 milhões ao ano com total de implemento na folha de pagamento de R$ 107,1 milhões. O governo propõe pagar o restante a partir de setembro de 2017. O governador Marcelo Miranda (PMDB) já sinalizou ceder à reivindicação da jornada de seis horas e prepara o anúncio de medidas de contenção de gastos.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Tocantins (SisepeTO), Cleiton Pinheiro, afirmou, nesta terça-feira ((25), que o governo, "unilateralmente" deu por esgotadas as tratativas sobre a data-base. "Nós vamos buscar uma conversa com o governo. Da forma que ele apresentou a proposta para a categoria, ele está dando um calote de mais de R$ 250 milhões nos servidores, só de retroativo que ele não quer pagar. Não aceitamos esse calote de forma nenhuma. Então, enquanto essa greve for legal, nós vamos continuar em greve", disse ele ao T1 Notícias.
Ao justificar a proposta feita à categoria, o governo disse que, “por consequência, considera esgotadas as tratativas relativas ao implemento da data-base”, diz o texto, assinado pelos secretários de Governo e Administração, Lyvio Luciano e Geferson Barros, respectivamente. “O governo do Tocantins conclama as entidades sindicais a considerarem a proposta apresentada, definindo pelo encerramento imediato do movimento paredista e retorno às atividades, como forma de reduzir os danos causados à sociedade em geral”, diz o ofício.
Impeachment começa a assombrar governadores
Após o impeachment de Dilma Rousseff, em agosto, sem crime de responsabilidade (ela foi inocentada tanto pelo
Ministério Público Federal como por uma
auditoria do Senado), o afastamento de governantes começa a ganhar corpo entre manifestantes que rejeitam alguma conduta do governo.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, o Sindicato dos Professores (Cpers) entregou, nessa segunda-feira (24), à presidente da Assembleia Legislativa do estado o pedido de impeachment do governador José Ivo Sartori (PMDB), por crime de responsabilidade. "Nós temos, desde o ano passado, uma liminar que proíbe o governo de parcelar o nosso salário. Somente nesse ano, nós temos sete meses de parcelamento. No dia 5 de setembro, foi julgado o mérito da nossa liminar no pleno e, por 21 a 4, os juízes disseram que o governador não poderia parcelar. No final do mês, ele parcelou novamente", afirmou a presidente do sindicato Helenir Schurer.
Em nota, o governo estadual contestou o pedido feito pelo Cpers. "O pedido de impeachment protocolado pelo Cpers-Sindicato faz parte de sua conhecida radicalização política. Além de ser inconsistente, não ajuda o Estado a superar a crise financeira e a melhorar a qualidade do ensino. A Assembleia Legislativa saberá dar o devido encaminhamento à questão", diz a nota (
veja aqui).
Antes do afastamento do impeachment de Dilma, porém em contexto no qual a discussão do impeachment da petista já estava em andamento nos holofotes da mídia tradicional e da então oposição à petista, em 2015, também se discutia a renúncia do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), pela truculência contra professores, no dia 29 de abril, quando mais de 200 pessoas ficaram feridas em protesto contra a reforma na previdência do estado. Em julho daquele ano, o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Ademar Traiano (PSDB), arquivou três pedidos de impeachment contra Richa.
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