Rio terá um dia de segurança 'padrão Fifa'


Rio de Janeiro

Rio terá um dia de segurança 'padrão Fifa'

Esquema de policiamento do Maracanã envolve 10.000 homens, entre os quais 6.000 PMs - mais do que o efetivo total responsável por Rio e Niterói

Cecília Ritto e Leslie Leitão
Torcedores voltam ao Maracanã e Itália vence o México pela Copa das Confederações
Torcedores voltam ao Maracanã e Itália vence o México pela Copa das Confederações (Ivan Pacheco)
Depois de protestos que terminaram de forma dramática em Belo Horizonte e em Fortaleza durante a semana, as autoridades de segurança do Rio de Janeiro têm uma prova de fogo neste domingo. Estão previstas duas manifestações no entorno do estádio do Maracanã, às 10h e às 15h, com convocações pelo Facebook e um número ainda incerto de participantes. O temor das autoridades é de repetição das cenas de destruição e tumulto das duas capitais onde foram mais graves os conflitos entre manifestantes e policiais. A incerteza sobre o tamanho do protesto torna duvidosa, até o momento, as participações da presidente Dilma Rousseff, do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes – num surpreendente recuo dos governantes da ‘era olímpica’ do Rio.
Para minimizar as chances de um vexame, o esquema de policiamento programado é inédito, e segue o ‘padrão Fifa’ de qualidade que os cidadãos têm cobrado para áreas como segurança, educação e saúde. Ao todo, 10.000 agentes estarão envolvidos na proteção dos torcedores, segundo a secretaria de Grandes Eventos, do Ministério da Justiça. Na primeira partida da Copa das Confederações, o total era de 6.000. A mobilização do efetivo começará seis horas antes do início da partida. Às 15h, parte das forças de contingencia entrará no estádio. O esquema especial de segurança ficará a postos até duas horas depois do fim do jogo.
O maior contingente é o da Polícia Militar, que mobilizou 6.000 homens para o esquema de domingo – para se ter uma ideia do tamanho desse contingente, uma partida entre Flamengo e Vasco, o clássico que mais mobiliza torcedores e PMs, tem tradicionalmente cerca de mil homens envolvidos na segurança. Estarão em ação também 600 homens da Força Nacional de Segurança (FNS), agentes de trânsito e guardas municipais bloqueando vias num raio de dois quilômetros ao redor do Maracanã e policiais civis de prontidão.
‘Padrão Fifa’ – O contingente da PM é maior que todo o efetivo disponível para o Rio de Janeiro e Niterói. Somados os 17 batalhões da capital e a unidade responsável pela cidade vizinha, a PM tem lotados no policiamento de rua 5.646 homens. Se for considerada a escala, por dia, só metade destes PMs garante a segurança da população.
Uma das preocupações da Polícia Militar é com os confrontos entre representantes de partidos de esquerda e grupos de extrema direita. Nas manifestações da Avenida Presidente Vargas e da Alerj, na semana passada, militantes com bandeiras do PSTU foram duramente agredidos. A PM monitora grupos vindos de outros estados – principalmente São Paulo – para participar do protesto no Maracanã. A comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL), recebeu imagens de agressões entre os manifestantes – supostamente entre grupos de extrema direita e partidos de esquerda.
Manifestantes – Líderes do movimento das 10h, encabeçado pelo Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas, organizaram pelas redes sociais o protesto chamado de “Ato Nacional na Final da Copa das Confederações”, para o qual mais de 18.000 pessoas confirmaram presença pelo Facebook. A reivindicação principal é a anulação da privatização do Maracanã e o fim das remoções para as obras da Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 – concentradas principalmente na região que receberá os corredores de ônibus no Rio.
O comitê é um movimento criado na época do Pan-Americano, em 2007, e que voltou a se reorganizar em 2009. O grupo era contra a gestão de 2007 e, agora, é contra os governos Cabral e Paes – sem representação partidária formal. “Domingo é um dia importante para colocar, mais uma vez, as nossas pautas. Esperamos que ganhe visibilidade e que as nossas demandas sejam efetivadas”, diz Renato Cosentino, integrante do comitê. O ponto final da passeata será na rua Afonso Pena, também na Tijuca, para evitar tumultos nas imediações do Maracanã.
O deputado estadual Marcelo Freixo, do PSOL, teve um encontro de uma hora e meia com o secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, na quinta-feira para discutir, entre outros pontos, a preparação do governo para a final da Copa das Confederações. “Ninguém tem que ficar esperando acontecer alguma coisa. Por isso, tomei a iniciativa de conversar com o secretário e sugeri que ele chamasse, antes do jogo, alguns grupos que farão protestos para reduzir as chances de problemas. Estou propondo o diálogo”, diz Freixo.
No mesmo dia, à noite, foi feita uma plenária, no Largo de São Francisco, onde fica o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, IFCS, da UFRJ, no Centro do Rio, para definir a participação de militantes de partidos, integrantes de organizações estudantis e de movimentos da sociedade, como o ‘Pare o aumento’. Havia duas propostas: a de integrar o ato das 10h e o das 15h, ambos tendo o mesmo ponto de partida e a chegada ao Maracanã. A definição, ao final, foi o de participar dos dois. Os partidos sairão em uma coluna para se protegerem, em caso de ataques, assim como fizeram na quinta-feira, dia 13, na Avenida Presidente Vargas. “Achamos as duas manifestações legitimas”, diz Cyro Garcia, presidente do PSTU no Rio de Janeiro.
Interdições – Todas as vias do entorno do Maracanã estarão fechadas a partir das 13h de domingo, duas horas antes da abertura dos portões. No total, sete vias ou viadutos estarão fechados. Para os torcedores que escolherem o metrô ou o trem para chegar ao estádio, a passagem será de graça, desde que apresentem o ingresso do jogo. Na saída do Maracanã, a gratuidade valerá até duas horas depois do término da partida nas estações de metrô da São Francisco Xavier, São Cristóvão e Maracanã. Haverá 735 agentes da CET-Rio e da Guarda Municipal, e o Centro de Operações Rio vai monitorar a região com 42 câmeras.
Brasil e Espanha se enfrentam às 19h, mas é esperado movimento desde o fim da manhã, em função das manifestações e do trânsito de torcedores que, preocupados com os protestos, devem antecipar a chegada ao local do jogo. De acordo com um dos envolvidos no planejamento de segurança, uma das particularidades do evento é a presença de torcedores de fora do Rio – a maioria dos ingressos foi comprada por moradores de outros estados brasileiros. Portanto, os maiores fluxos de trânsito devem partir de hotéis da Zona Sul da cidade.

Batalha da Alerj: do ato pacífico ao vandalismo (17/6)

1 de 11

17h30 - Manifestantes chegam de metrô ao Centro do Rio

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