Interior supera Grande São Paulo e vira maior mercado consumidor do País


Interior supera Grande São Paulo e vira maior mercado consumidor do País

Consumo dos domicílios do interior chega neste ano a 50,2% do total do Estado seguindo tendência de desconcentração do crescimento

29/6/2012 às 0:7hs

O interior do Estado de São Paulo ultrapassou neste ano a Região Metropolitana de São Paulo e ganhou o posto de maior mercado consumidor do País. Esse resultado consolida a tendência de desconcentração do crescimento econômico observada nos últimos cinco anos, com a perda de participação das capitais dos Estados no consumo total das famílias brasileiras.

O consumo dos domicílios das cidades do interior paulista neste ano deve somar R$ 382,3 bilhões, ou 50,2% do total do Estado de São Paulo. Já a Região Metropolitana de São Paulo, que inclui a capital e 38 municípios, vai movimentar R$ 379,1 bilhões ou 49,8% do total gasto com alimentação, habitação, transporte, saúde, vestuário e educação, revela estudo da IPC Marketing.

A consultoria, especializada em mapear o potencial de consumo dos lares brasileiros, projeta essas cifras com base nas contas nacionais e na estrutura de gastos da população medida pelo IBGE. Os dados são cruzados com informações paralelas, de outras fontes de pesquisa.

"Realmente esse é um fato inédito: o interior paulista, que era o segundo maior mercado consumidor do País, ter ultrapassado a Região Metropolitana de São Paulo no âmbito do consumo das famílias", afirma Marcos Pazzini, diretor de IPC Marketing e responsável pelo estudo.

Segundo ele, o movimento do avanço do interior paulista não é um caso isolado. As capitais de todos os Estados têm perdido ao longo dos últimos anos participação no consumo brasileiro. Dez anos atrás, 36,7% do consumo das famílias estava nas 27 capitais. Em 2007, essa participação caiu para 33,1% e, neste ano, recuou para 32,4%.

Custo menor. Ele argumenta que um dos fatores que desencadearam essa mudança de perfil de concentração de gastos é a migração de empresas. Preocupadas em reduzir os custos de produção, as companhias deslocam fábricas para cidades do interior.

Esse é o caso da Prado Alumínio, fabricante de esquadrias de alumínio, que acaba de se mudar do bairro do Butantã, na capital, para Iperó. Duilio Ishao Okudaira, diretor comercial da empresa, conta que decidiu sair da capital por causa dos custos elevados, especialmente de transporte dos empregados. Ele ressalta que a empresa, interessada em mais que dobrar a sua capacidade de produção, de 40 toneladas para 90 toneladas por mês, não encontrava uma área do tamanho necessário para construir a nova fábrica. Foi no município de Iperó que o empresário achou um terreno ideal, onde investiu R$ 10 milhões.

Próximo dos fornecedores de alumínio de Itu e Sorocaba e com a redução de gastos de transporte, tanto de mercadorias como de funcionários, Okudaira conta que, com a nova fábrica, conseguiu reduzir em 8% os custos de produção das esquadrias de alumínio e ser mais competitivo. Na nova fábrica, o número de empregados quase dobrou: em São Paulo eram 100 trabalhadores e em Iperó, 190.

Emprego. "A migração das empresas fez com que as cidades do interior se transformassem em polos de atração de pessoas em busca de emprego", diz Pazzini. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) confirmam essa tendência. Em 2007, 58% do saldo de postos de trabalho com carteira assinada do Estado de São Paulo estava na região metropolitana e 42% no interior paulista. No ano passado, a participação do interior subiu para 65,6% e a da capital recuou para 34,4% no saldo da abertura de vagas formais.

Segundo o professor da Unicamp e diretor adjunto do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), Anselmo Luis dos Santos, a migração das empresas para o interior paulista aparece não só nos números da geração do emprego, mas também na renda.

Rendimento. Entre 2006 e 2011, o rendimento médio real habitualmente recebido pelas pessoas ocupadas na Região Metropolitana de São Paulo cresceu 8,7%, a menor variação entre as seis regiões metropolitanas do País. "Esse dado reflete a saída dos investimentos de São Paulo para outros municípios", diz o professor da Unicamp.

É exatamente nos municípios do interior paulista, onde o ritmo de crescimento da renda é maior, que os empresários estão de olho para abrir novos negócios. A construtora Kallas, por exemplo, que sempre atuou no setor residencial, vai estrear no fim 2013 no segmento de shopping centers e a cidade escolhida foi Pindamonhangaba.

Roberto Gerab, diretor executivo da empresa, diz que houve dificuldade para encontrar um terreno na capital paulista, onde o número de shoppings já é elevado. "Apareceu uma chance de investirmos nessa cidade", diz ele, animado com a ideia de empreender o primeiro shopping do município. A empresa pretende construir mais dois shoppings, ambos no interior: um em Campinas e outro em Santos.

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